Nesta segunda, a capital Luanda recebeu pela primeira vez um presidente norte-americano. Se por um lado, para o governo esse foi um grande triunfo político, a população não enxergou os factos da mesma forma, afirmou, o analista José Semedo.
Pela capital Luanda, pessoas seguraram cartazes de protesto, um deles diz “Biden, não precisamos do Corredor do Lobito, precisamos de democracia”, ao passo que outro diz “Biden, não queremos Corredor do Lobito, queremos alimentar nossos filhos”. O facto é que o presidente norte-americano esteve a ignorar durante muito tempo problemas reais em Angola como a repressão política e a falta de democracia, violações dos direitos humanos e também a própria questão da fome. Lembremos que há alguns dias o PR João Lourenço foi vaiado em um estádio de futebol pela mesma razão.
O Corredor do Lobito é hoje o maior projecto de engenharia de Angola, sua ampliação levará tempo ao país, consome recursos e não representa nenhum retorno concreto para o povo angolano, ele não beneficia a sua qualidade de vida, razão pela qual muitos cidadãos foram hoje às ruas para protestar.
Nos últimos dias de seu mandato, Biden decidiu visitar Angola, que é vista como o “último triunfo da administração Biden”, em especial para tratar do Corredor do Lobito nos últimos dias do seu mandato. Não está claro ainda como o presidente eleito Donald Trump irá lidar com o mesmo projecto em suas mãos.