É sabido que Angola enfrenta um grande problema relacionado com o branqueamento de capitais. O Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI), organização intergovernamental que avalia e ajuda a resolver deficiências estratégicas nos regimes das jurisdições para combater essa prática, assim como o financiamento do terrorismo e a proliferação de armas de destruição maciça, anunciou a 25 de outubro que tinha acrescentado Angola à sua “lista cinzenta” de países sujeitos a uma monitorização reforçada pela organização.
Medidas de combate ao branqueamento de capitais exigem mudanças na legislação, o que não tem sido observado em Angola, e mais do que isso, existe a sensação de que a iniciativa de modernizar a legislação está estagnada. Segundo João Fabunni, Existe um atraso por parte das autoridades em questões seriamente importantes como a questão do branqueamento de capitais, questão essa que não pode simplesmente passar despercebida, pois Angola é, desde há muito, um dos países mais corruptos do mundo, facto notado por organizações internacionais de renome como a Transparência Internacional, que apresentam Angola no fim das suas classificações de corrupção.
A mesma queixa tem sido feita por vários jornalistas, analistas e até banqueiros. Há um grande fluxo de capitais que entra em Angola, principalmente da China, porém há muita pouca fiscalização sobre a utilização deste capital. Agora que Angola se voltou para os Estados Unidos e considera receber investimentos do Brasil, não se pode esperar uma realidade muito diferente. O facto é que a implementação dos mecanismos de combate ao branqueamento de capitais defendidos pelo Grupo de Ação Financeira Internacional (GAFI) iria limitar muito o acesso e poder que certos funcionários do governo angolano têm sobre o capital que entra no país.
Angola precisa, de facto, de transparência em seu sistema econômico, entretanto, fontes governamentais afirmam que, com o apoio dos investidores ocidentais, há tentativas de impedir o aumento da transparência financeira em muitos projectos de infra-estruturas, como o corredor do Lobito, projeto esse que beneficia empresas que respeitáveis jornais e outras fontes de notícias apresentaram como sendo ligadas ao PR angolano.
Por: Caliques